quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Acessibilidade conciliada com a Qualidade de Vida

A relação entre a genética e a engenharia civil se dá a partir do momento que uma área pode interferir na outra, promovendo inovações e melhorias na qualidade de vida da população.
 Nesse espaço, irei comentar como as técnicas construtivas podem colaborar na melhora de vida de uma pessoa com deficiência física, como por exemplo, de quem possui a Distrofia Muscular de Duchenne.
Dra. Paula Clemens, uma especialista em terapias genéticas da Universidade de Pittsburgh, disse que “os pesquisadores estão trabalhando em técnicas que poderiam corrigir o problema básico, isto é, o gene mutante. Se isso funcionar, poderemos um dia corrigir os genes dentro dos músculos cedo o suficiente para prevenir quaisquer danos. A distrofia muscular de Duchenne é candidata perfeita para uma terapia genética. Ela provoca um enfraquecimento progressivo de todos os músculos do corpo, e não há cura ou tratamento a longo prazo. E mais relevante ainda, conhece-se hoje a localização do defeito genético: ele impede o organismo de produzir uma proteína chamada distrofina, que manteria os músculos estruturalmente fortes.” [1]



As características observadas em decorrência da doença são entre outros, quedas freqüentes e dificuldades para se locomover [2]. Além disso, “no paciente portador de distrofia muscular Duchenne (DMD), escoliose progressiva ocorre em 95 a 100% dos casos. Seu início ocorre, em média, entre os 11 e 13 anos de idade. À medida que a musculatura enfraquece, a escoliose piora e a função respiratória decai” [3], disse o médico Assistente da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e especialista em cirurgia de coluna pela Sociedade Brasileira de Coluna (SBC).
Como o paciente tem dificuldade para levantar-se do chão, ele utiliza uma técnica para isso. O indivíduo faz um movimento de rolamento do corpo, ajoelha-se e apóia-se no chão com a extensão dos dois antebraços. Logo depois, coloca suas mãos sobre os joelhos e consegue se levantar. Esta manobra é conhecida como sinal de Gowers. [4]




A transmissão da doença é feita por traço recessivo (ligado ao cromossomo X) e afeta essencialmente o sexo masculino, entenda porque isso ocorre:
·         A mulher possui dois cromossomos X: logo, se um deles estiver afetado pelo defeito, o outro compensa a alteração e a doença não se manifesta.
·         O homem tem um cromossomo Y e um X: logo, se receber o cromossomo X materno afetado pelo defeito, ele não terá o X normal para equilibrar e garantir o bom funcionamento do músculo, fazendo com que a doença se manifeste.
Levando em consideração as características da doença e o modo como ela irá se manifestar no paciente, fazendo com que o mesmo tenha dificuldades para se movimentar e, posteriormente que venha a utilizar e depender da cadeira de rodas, o ramo da construção civil irá contribuir para que o paciente tenha uma qualidade de vida melhor, uma vez que irá criar mecanismos que facilitem as atividades diárias e que contribuam para o conforto e acessibilidade do mesmo em sua própria residência.
A edificação desse possível morador, deverá ser totalmente adaptada a pessoas em cadeira de rodas (P.C.R), seguindo critérios estabelecidos pela NBR 9050 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos). [5]



De acordo com a arquiteta Adriana Romero de Almeida Prado, que também é coordenadora da Comissão de Acessibilidade a Edificações e ao Meio, do Comitê Brasileiro de Acessibilidade, “a NBR 9050/2004 define o que é área de transferência, área de manobra e área de aproximação. E também demonstra as medidas para alcance manual e visual”. Além disso, a arquiteta também disse que “nenhum financiamento público é liberado se o projeto não respeitar a acessibilidade”. [6]


De uma maneira geral, os deficientes físicos e pessoas debilitadas temporariamente, por exemplo, quando colocam gesso, quase sempre se deparam com barreiras para a realização de atividades. Essas barreiras podem ser encontradas em vários locais, como em escolas, bancos, supermercados e se definem a partir do momento em que a pessoa não encontra rampas, elevadores, espaço necessário para circular com uma cadeira de rodas, portas apertadas, enfim, quando se depara com lugares estruturalmente mal projetados. Por esse motivo, existem as normas, que foram criadas para serem seguidas e proporcionarem conforto e a possibilidade de independência do indivíduo.



Promover a acessibilidade é dever de todos, principalmente de profissionais da área construtiva. Um projeto que visa a acessibilidade, proporciona a integração e socialização de pessoas com qualquer tipo de deficiência física em qualquer ambiente, além de possibilitar que elas levem uma vida normal, em que a realização de tarefas rotineiras é feita com facilidade e segurança.










Webgrafia:
1.http://usuarios.uninet.com.br/~fmrio/Acadim/A-corrida-rumo-a-uma-terapia-genetica.html  Opinião de uma médica de uma médica especialista em terapias genéticas da Universidade de Pittsburgh.
2.http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/neuro/duchenne.htm Base para o reconhecimento básico da doença, incluindo a sua história e os aspectos genéticos característicos.
3.http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2659/escoliose_neuromuscular.htm Explicação médica sobre alguns aspectos da manifestação da doença.
4.http://www.abdim.org.br/dg_tiposdistrofia.php Instrução sobre como os portadores lidam com a manifestação e dificuldades físicas impostas pela doença.
5.http://www.mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf Informações primordiais sobre regras de construção, instalação e adaptação de edificações, tornando-as acessíveis.
6.http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/180/imprime128101.asp Relato de uma arquiteta sobre a importância da acessibilidade.

Vídeos:
            Explicação da doença.

            Aspectos da doença sendo explicados em forma de uma história.

            Realização da manobra de Gowers.

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